O Enigma dos Relacionamentos:

Por que a gente se relaciona nos momentos certos pelos motivos errados? Este artigo traz uma reflexão sobre como nossa mente nos engana ao entrar em relacionamentos que parecem certos, mas nascem de motivações desalinhadas. Uma análise provocativa e atual, especialmente relevante neste momento de reflexão sobre o autoconhecimento.

CURIOSIDADES DA MENTE

Robson M Silva

5/30/20255 min read

O Enigma dos Relacionamentos

Por: Robson M Silva

30/05/2025 ás 09h:50min

Sempre me chamou a atenção uma frase que repito sempre que falo de relacionamentos: “A gente se relaciona com as pessoas nos momentos certos pelos motivos errados.” Ela resume o enigma que vejo nas histórias que escuto — e, muitas vezes, até nas minhas próprias escolhas.

Vivemos em um mundo que valoriza o timing, o “certo na hora certa”, mas esquecemos que, mais importante do que o momento, são os motivos que nos movem. A mente, muitas vezes, cria estratégias para convencer a gente de que estamos prontos, de que encontramos a pessoa certa — quando, na verdade, estamos apenas fugindo de medos ou de pressões que nem sempre sabemos nomear.

Nesse texto, quero compartilhar essa visão que venho amadurecendo: como a mente pode nos enganar e nos empurrar para relacionamentos que parecem certos, mas têm raízes frágeis. E, no fim, como o autoconhecimento pode ser o antídoto para esses “motivos errados” que nos fazem repetir erros que só o coração sente depois.

Por que a gente se relaciona nos momentos certos pelos motivos errados? Este artigo traz uma reflexão sobre como nossa mente nos engana ao entrar em relacionamentos que parecem certos, mas nascem de motivações desalinhadas. Uma análise provocativa e atual, especialmente relevante neste momento de reflexão sobre o autoconhecimento.

O Autoengano e a Pressa Emocional

A mente é um verdadeiro arquiteto de justificativas quando se trata de amor. Quantas vezes nos vimos acreditando que estávamos prontos para amar, quando na verdade estávamos apenas tentando fugir de algo que doía demais? Essa pressa emocional cria uma ilusão de que o relacionamento vai preencher todos os nossos vazios. Mas, no fundo, o que encontramos são motivações desalinhadas com a realidade.

Exemplos estão por toda parte: pessoas que entram em casamentos para fugir de famílias desestruturadas, para calar cobranças sociais ou para tapar buracos emocionais que, inevitavelmente, voltam a aparecer. E, no meio disso, ignoramos que relacionamentos são construídos de dentro para fora — e não de fora para dentro.

É nesse ponto que a falta de autoconhecimento se torna o maior vilão: ela nos faz confundir alívio com amor, fuga com conexão. Só quando paramos para olhar para dentro e encarar nossos verdadeiros motivos é que podemos construir algo que não desmorone ao primeiro sopro de realidade.

O Espelho de Uma História Real

Muitos de nós já vivenciamos ou testemunhamos situações em que casais se formam em circunstâncias que parecem ideais: ambos jovens, em busca de estabilidade, com sonhos que parecem se encaixar perfeitamente. Mas, por trás dessa fachada de harmonia e da ideia de “momento certo”, podem se esconder motivações emocionais confusas e impulsos inconscientes que fazem a mente nos enganar. Essas escolhas, que à primeira vista parecem lógicas e promissoras, acabam se revelando disfuncionais quando confrontadas com o tempo e a realidade.

Lembro de uma amiga que se casou cedo, mas não porque estava apaixonada ou acreditava que aquele era o amor da vida dela. O motivo real? Ela queria sair de casa, escapar da pressão do pai e das cobranças que pesavam sobre seus ombros. E ela encontrou um rapaz disposto a dividir esse momento, mas que tinha seus próprios motivos, diferentes dos dela.

Nesse cenário de "fuga", o cérebro busca ativamente um "porto seguro" ou uma solução imediata para aliviar o desconforto e a pressão emocional. Nesse caso, o casamento não surge como uma união amorosa e livremente escolhida, mas como uma estratégia de alívio – quase um instinto de sobrevivência emocional. É o cérebro em ação, usando circuitos de recompensa e o hipocampo para associar o novo relacionamento a um caminho de saída, mesmo que essa "fuga" não seja o melhor caminho para o coração a longo prazo.

Essa história mostra que não basta o momento certo ou a oportunidade certa. Se as motivações não estão alinhadas, o relacionamento pode até começar bem, mas termina como um reflexo de dois corações que não sabiam o que realmente queriam.

A Falta de Autoconhecimento: O Grande Vilão

É justamente o autoconhecimento que pode ajudar a entender a diferença entre o que queremos e o que estamos fugindo. Quando falta essa clareza, a gente tende a confundir qualquer saída emocional como a "pessoa certa" — como quando alguém termina um namoro e logo busca outro só para não ficar sozinho, ou quando aceita um casamento para fugir da casa dos pais, sem perceber que está repetindo o padrão de fuga. E isso acaba sendo um grande erro, pois a mente cria justificativas que parecem lógicas, mas são apenas formas de se afastar da dor sem realmente resolver o problema.

Muitas pessoas acreditam que amar alguém vai curar todas as dores internas. Mas o amor verdadeiro não nasce para tapar buracos: ele vem para transbordar. É como tentar construir uma casa sólida em um terreno cheio de rachaduras — e só o autoconhecimento pode fornecer a base firme que falta.

Essa é a parte mais desafiadora — e, ao mesmo tempo, mais libertadora: perceber que antes de buscar alguém para dividir a vida, é preciso olhar para si mesmo e entender de onde vem nossos próprios vazios e urgências.

O Caminho da Consciência

Essa reflexão não pretende ser uma verdade absoluta ou uma sentença sobre os relacionamentos que fracassam. Ela é, na verdade, um convite para olharmos de outro ponto de vista: aquele que revela o quanto nossa mente pode nos confundir quando não temos clareza das nossas próprias dores e desejos.

Com o Dia dos Namorados se aproximando, acredito que essa é uma reflexão justa. É um lembrete de que antes de buscar o outro, é preciso estar disposto a mergulhar em si mesmo — não para julgar ou se culpar, mas para entender quais são os motivos que, muitas vezes, ignoramos.

Essa é a minha visão. Espero que ela desperte algo em você. Se fizer sentido, compartilhe com alguém que também esteja em busca de se entender — e de amar de verdade.

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