DESVENDANDO SUAS FERIDAS EMOCIONAIS
Descubra como as feridas emocionais do passado continuam a influenciar sua vida hoje, impactando decisões, relações e sua forma de lidar com desafios. Saiba como a neurociência explica esses padrões e conheça soluções práticas para começar a reescrevê-los.
DESENVOLVIMENTO PESSOAL


Desvendando Suas Feridas Emocionais
Por: Robson M silva
03/06/2025 ás 09h:50min
Você já parou para pensar em como as experiências emocionais do passado influenciam diretamente sua vida atual? Talvez você já tenha notado que algumas decisões importantes, como desistir rapidamente de novos projetos, evitar situações sociais ou até mesmo escolher parceiros que não correspondem às suas reais necessidades, pode estar diretamente ligadas a acontecimentos que marcaram sua infância ou adolescência.
Por exemplo, uma pessoa que enfrentou rejeição constante na infância pode hoje evitar se envolver emocionalmente por medo de reviver aquele sentimento doloroso. Outro exemplo comum é alguém que sofreu críticas excessivas na infância e hoje luta com o perfeccionismo excessivo e medo de falhar. Esses padrões não surgem por acaso— podem ser consequências diretas das feridas emocionais que todos nós, em maior ou menor grau, carregamos.
Este artigo se baseia na contribuição da renomada autora Lise Bourbeau, que, em seu livro "As 5 Feridas Emocionais", trouxe à luz um conceito revelador: todos nós carregamos máscaras emocionais que nos moldam sem perceber. Essas máscaras não apenas afetam nossas relações e comportamentos, mas também têm respaldo na neurociência moderna, que explica como esses padrões emocionais se fixam no cérebro.
Vamos juntos desvendar quais são essas feridas emocionais, como elas influenciam seu cérebro, e mais importante, como você pode começar a curá-las. Prepare-se para um mergulho profundo em autoconhecimento, neurociência e transformação pessoal.
Descubra como as feridas emocionais do passado continuam a influenciar sua vida hoje, impactando decisões, relações e sua forma de lidar com desafios. Saiba como a neurociência explica esses padrões e conheça soluções práticas para começar a reescrevê-los.
🟦 O Que São Feridas Emocionais
"Feridas são traços não curados que geram máscaras' – comportamentos automáticos para evitar sofrimento." – Lise Bourbeau
Feridas emocionais são marcas profundas deixadas por experiências negativas, frequentemente ocorridas na infância ou adolescência, que moldam inconscientemente nossos comportamentos e reações ao longo da vida. São eventos emocionais que geram uma dor que não foi devidamente resolvida, fazendo com que adotemos comportamentos defensivos ou compensatórios.
Neurociência das Feridas:
Essas memórias emocionais se fixam fortemente na amígdala, a região do cérebro associada ao medo e respostas emocionais intensas. Ao longo do tempo, esses padrões podem ser tão profundamente gravados que se tornam automáticos, condicionando nossas reações em situações aparentemente comuns. O córtex pré-frontal, responsável por planejamento e decisões conscientes, desempenha um papel crucial na reescrita desses padrões, oferecendo a possibilidade de cura emocional através da tomada de consciência e estratégias de mudança.
Um dado chave impactante revela que traumas infantis severos podem reduzir em até 12% o volume do hipocampo, região vital para memória e aprendizado, segundo estudo publicado no Journal of Neuroscience (2024).
🟦 As 5 Feridas Emocionais


Ferida da Rejeição
Essa ferida nasce geralmente quando uma criança sente que não foi aceita ou que não se sente parte do ambiente ou das pessoas ao seu redor. Por exemplos, imagine uma criança que é constantemente comparada com irmãos ou colegas e acaba acreditando que sempre será menos. Isso pode gerar adultos que evitam se expor ou se relacionar por medo de serem rejeitados novamente.
A solução prática é trabalhar pequenas exposições sociais e reforçar atividades que aumentem a autoconfiança, como escrever sobre suas qualidades ou praticar esportes em grupo. Além disso, práticas como a respiração consciente ajudam a acalmar a mente quando surgem pensamentos de rejeição.
Ao longo da vida, quem carrega essa ferida tende a desenvolver a “máscara do fujão”, ou escapista, termo usado pela autora Lise Boubeau: aquela pessoa que evita conflitos, se esquiva de relações mais profundas e teme mostrar vulnerabilidade. Essa fuga é um mecanismo de autoproteção — mas também a fonte de muitos bloqueios emocionais e dificuldades de realização pessoal.
Neurocientificamente, esse comportamento de evitação se conecta ao circuito de alerta do cérebro, acionado pela amígdala, que aprendeu a “disparar” o medo sempre que há risco de reviver a dor da rejeição.
🟦 Ferida do Abandono
A ferida do abandono surge quando a criança sente falta de cuidado, apoio ou afeto, e experimenta a solidão emocional. Essa dor pode criar adultos que buscam desesperadamente a aprovação e o acolhimento de outras pessoas, muitas vezes se tornando dependentes emocionalmente.
Sinais no dia a dia: Pode apresentar medo constante de perder as pessoas queridas, dificuldade em ficar só e necessidade de validação contínua.
Neurociência das conexões: aqui, o sistema límbico, que regula emoções e vínculos, é o principal afetado. A busca incessante por atenção ou afeto tem raízes profundas no funcionamento desse circuito, que aprendeu a associar solidão a perigo.
Solução prática: praticar o autoacolhimento, estabelecer pequenos momentos de solitude segura e aprender a valorizar a própria companhia, fortalecendo a sensação de “eu sou o suficiente”.
🟦 Ferida da Humilhação
Essa ferida pode nascer quando a criança se sente desvalorizada ou envergonhada, geralmente em situações em que sua dignidade é ferida — como quando é ridicularizada em público ou criticada por seus desejos mais puros.
Na vida adulta, quem carrega essa ferida costuma adotar a “máscara do masoquista”: assume responsabilidades excessivas, muitas vezes sacrificando suas próprias necessidades para evitar a dor de ser visto como egoísta.
Neurociência e autoimagem: a humilhação ativa áreas do cérebro relacionadas à autoestima, como o córtex cingulado anterior, que processa o “sofrimento social” — um tipo de dor que pode ser tão real quanto a dor física.
Solução prática: reconhecer e honrar seus próprios limites, além de trabalhar a autocompaixão como prática diária.
🟦 Ferida da Traição
A ferida da traição geralmente se instala quando a criança sente que foi enganada ou traída pela pessoa em quem mais confiava — muitas vezes, um dos pais ou cuidadores. Isso pode gerar um adulto que busca controlar tudo e todos, para nunca mais se sentir vulnerável.
Comportamentos comuns: dificuldade em delegar tarefas, desconfiança constante e necessidade de ter o poder em suas mãos.
Neurociência e confiança: estudos mostram que a quebra de confiança ativa áreas cerebrais relacionadas à dor e à antecipação de ameaça, o que faz com que o cérebro mantenha sempre um “alerta” ligado.
Solução prática: aprender a lidar com pequenas incertezas, abrir mão do controle em situações menos importantes e exercitar a confiança gradual em pessoas que demonstram ser confiáveis.
🟦 Ferida da Injustiça
Essa ferida pode surge em contextos onde a criança sente que foi tratada de forma desigual ou injusta, como quando suas necessidades foram ignoradas ou seus esforços não foram reconhecidos.
Na vida adulta, essa ferida pode gerar a “máscara do rígido”: pessoas que valorizam demais a perfeição e têm dificuldade em lidar com suas próprias falhas — e as dos outros.
Neurociência e rigidez: o perfeccionismo nasce da necessidade de compensar a dor da injustiça, e ativa intensamente o córtex pré-frontal — área ligada ao planejamento e ao autocontrole. Mas, quando excessiva, essa atividade pode gerar estresse e desgaste emocional.
Solução prática: aprender a aceitar imperfeições como parte natural da vida e valorizar o progresso em vez da perfeição.
Na era digital, as feridas emocionais ganham novas formas e desafios. O excesso de comparações nas redes sociais, a pressão por uma vida 'perfeita' e a exposição constante a críticas podem reabrir antigas feridas e gerar novas dores emocionais. Por exemplo, ver fotos de viagens luxuosas de amigos pode reativar feridas de rejeição ou abandono, levando à sensação de não pertencimento ou inadequação. Além disso, as críticas anônimas e a necessidade de curtir e ser curtido pode agravar sentimentos de humilhação e injustiça.
Estudos mostram que a hiperconectividade intensifica as ativações emocionais ligadas à rejeição, ao abandono e à injustiça, aumentando a atividade da amígdala e do córtex cingulado anterior – áreas cerebrais que processam medo, rejeição social e sofrimento emocional. Essa intensificação ocorre porque a exposição contínua a redes sociais e críticas virtuais reforça o circuito de medo e estresse, criando um ambiente onde antigas feridas podem ser reativadas e, muitas vezes, aprofundadas.
A solução prática envolve desenvolver uma relação mais consciente e equilibrada com a tecnologia, aprender a desconectar-se e nutrir relações reais que tragam segurança e pertencimento ao cérebro e ao coração.
🟦 Reflexão


o entendimento das cinco feridas emocionais, não deve ser visto como um diagnóstico clínico – é apenas um convite à reflexão e ao autoconhecimento. Ressaltamos que as experiências individuais são únicas, complexas e moldadas por múltiplos fatores, e devem ser abordadas com sensibilidade, empatia e sem impor rótulos ou julgamentos definitivos. Esse texto não substitui acompanhamento profissional, mas pretende estimular a busca por autoconhecimento e bem-estar emocional.
Por isso, reconhecer e entender as feridas emocionais que carregamos — e como elas podem ser reativadas na era digital — é o primeiro passo para a cura e a transformação pessoal. Lembre-se: essas feridas não definem quem você é, mas podem moldar comportamentos e padrões que afetam sua vida de formas sutis e profundas.
Ao integrar práticas conscientes e autocuidado, você reescreve seu relacionamento com essas memórias, permitindo que o cérebro desenvolva novos circuitos de resiliência e bem-estar.
Compartilhe este artigo para ajudar outras pessoas a encontrarem clareza e força em suas próprias jornadas emocionais.
“Quando olhamos com compaixão aquele que sofre tudo á nossa volta começa a se transformar.” - LISE BOURBEAU
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